Vereador Fabrício Rosa Convoca Discussão sobre o Poder Transformador do Hip Hop

Nesta segunda-feira, 7 de julho, às 19h, o vereador Fabrício Rosa (PT) organiza uma audiência pública no Auditório Carlos Eurico, da Câmara Municipal de Goiânia. O objetivo é discutir o papel transformador do movimento Hip Hop, reunindo MCs, DJs, grafiteiros, b-boys, b-girls, ativistas e comunidade para dialogar sobre respeito, cultura e políticas públicas.

Por que isso importa?

O Hip Hop, surgido no início dos anos 1970 nos EUA e presente no Brasil desde os anos 1980, tornou-se uma poderosa ferramenta de resistência e identidade nas periferias. Composta por rap, DJing, grafite e break dance, a cultura urbana denunciou o racismo estrutural, a violência policial e a desigualdade social

Legado cultural e reconhecimento institucional

  • No Distrito Federal, em 2023, o Hip Hop foi declarado patrimônio cultural imaterial. A partir disso, já foi criado um grupo de trabalho para lançar editais, prêmios e incentivar batalhas de rima.
  • A Construção Nacional da Cultura Hip Hop protocolou junto ao IPHAN o pedido para registrar o hip hop brasileiro como patrimônio nacional.
  • O festival Hutúz, promovido pela CUFA entre 2000 e 2009, foi um dos maiores eventos latino-americanos do gênero.
  • A CUFA atua em todo o país, levando grafite, rap, dança e cultura urbana como instrumento de inclusão social .

Impacto social e educacional

Artistas como Racionais MC’s ajudaram a elevar o orgulho negro nas comunidades periféricas desde os anos 1980, tornando-se importantes agentes de conscientização política. Criolo, por outro lado, com seu estilo único que mistura rap, samba e funk, mostra o impacto social do gênero na música brasileira contemporânea.

O uso do Hip Hop como recurso pedagógico também tem ganho força em escolas e presídios, sendo reconhecido como instrumento para reconstruir identidades, reconstruir autoestima e promover cidadania.

Presença feminina e ampliando vozes

Iniciativas como a Batalha das Gurias, realizada desde 2013 em Brasília, dão visibilidade às mulheres no rap, enfrentando o machismo e criando espaços seguros para MCs femininas. A Batalha da Escada, na UnB, já é disciplina acadêmica e conta também com forte participação feminina.

O que se espera da audiência

Com base no histórico de lutas e conquistas do movimento Hip Hop, a audiência proposta por Fabrício Rosa busca:

  1. Desmitificar estigmas: reforçar que o Hip Hop representa educação, arte e resistência — ao invés de marginalidade.
  2. Fortalecer políticas públicas: estimular a criação de editais, prêmios e subsídios para grupos culturais periféricos.
  3. Criar espaços seguros: garantir infraestrutura para batalhas, apresentações, rodas de break e oficinas — a exemplo do que já ocorre via CUFA e iniciativas no DF.
  4. Reconhecimento contínuo: avançar no processo de registro cultural do Hip Hop como patrimônio imaterial, inclusive em Goiás.
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